sexta-feira, 22 de março de 2013

quarta-feira, 6 de março de 2013

O que seria

O que seria dos poetas sem as angústias.
O que seria de mim, se eu não falasse o que eu sinto
porque para a magia acontecer preciso de todos os sentimentos,
senão que bruxa seria eu?
E que amante seria eu sem um desejo e quem seria para mim?
Contudo, em resumo, sou apenas eu
e as letras desvairadas dessa caneta gasta.

Jenny Faulstich
(06/03/2013)

terça-feira, 5 de março de 2013

Coração de Pedra X (Renúncia)

Não houve a menor distração,
Mas a conquista aconteceu com grandes méritos,
Desabrochou enchendo meu coração de alegria.

O tempo generoso logo se encarregou de mostrar
A realidade, a desilusão, a destruição e a dor.

Tento mais uma vez desesperadamente me recompor
Me arrastando e respirando o ar de uma despedida
e adotando novamente a reclusão da alma e do coração.

Jenny Faulstich
(28/02/2013)

sexta-feira, 1 de março de 2013

Gavetas

Você dizia que me amava!
Encaixei minha vida na sua
e me permiti essa aventura.
Arrumei suas roupas, suas gavetas,
com tanto zelo, tanto carinho.
Me ganhou na insistência
e me perde por inconsequência.
Mau caráter não é doença!
Não se trata nem se adapta.
E eu sou a fraca, eu sou a mimada,
eu sou a burra e eu sou a chata.
Eu sou a otária que abriu o coração
para mais uma alma vazia num pedestal.
Declarei um amor que eu achava que não queria
e hoje tenho um amor próprio para tentar recuperar.
Respeite ao menos a minha decisão!
Quando você for embora me perderei também,
mas ganharei mais espaço nas gavetas.

Jenny Faulstich
(25/02/2013)

"Me conta onde fica esse esconderijo secreto, o mesmo onde você sumiu com todos os eu te amo que me disse." (Martha Medeiros)

Fracassada

O tempo também pode ser uma lança
que devagar perfura o coração
fazendo sentir pedacinho por pedacinho
a invalidez de uma vida.
Me sinto tão fracassada
como cristã, como mulher,
queria eu ser evoluída o suficiente
para poder perdoar, poder ajudar,
mas eu não consigo sequer me reerguer.
Não consigo parar de pensar e chorar,
tentando compreender os porquês
e me perguntando o que eu poderia fazer
quando nada poderia ser feito.
Revejo minha própria poesia
para tentar entender o que se passa
com meus próprios sentimentos
minhas próprias sensações
na esperança de encontrar
apenas um pouquinho do amor que tinha
e hoje vejo somente o pó
que o vento aos poucos vai levar,
bem sei que não será uma cura,
mas consola-me esperar por uma nova fase a chegar.

Jenny Faulstich
(25/02/2013)