sexta-feira, 24 de julho de 2009

Bazar

Vendo meus sonhos,
dôo meus pesadelos,
empresto minhas asas,
deixo meu sorriso,
passo o que eu sinto
porque não sou capaz
de guardar para mim.
Na falta de interessados
pode levar o que desejar,
meus olhos, minha boca,
minhas palavras tristes,
meu suicídio coletivo,
meus momentos de loucura,
meus instantes de poesia,
minhas breves lembranças,
meu instinto de parasita,
seja lá o que pareça ser
e não é.
Vida, luz, coragem,
fraqueza, solidão,
minha imagem,
minha busca na arte,
tato, audição, paladar,
minha essência empoeirada
na vitrine de um bazar.

Jenny Faulstich
(17/07/2009)

Um dia de cada vez

Será que ninguém entende...
que se eu passar um tempo comigo mesma
não vai mudar em nada minha imagem.
Um conselho desse pra mim
não se passa de uma tentativa até que inteligente
de dizer que seria bom que eu sumisse e
parasse assim de perturbar a paz alheia.
Mas só o que quero é viver um dia de cada vez.
Seria muito? Ou pouco talvez...
Só tenho feito trabalhar, trabalhar, trabalhar.
Mesmo que entre festa ou outra...
trabalhar, trabalhar, trabalhar...
Não quero enganar ninguém,
extrema, realista, vestindo carapuças,
entre lágrimas e sorrisos,
apenas um dia de cada vez.

Jenny Faulstich
(24/07/2009)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Leio versos de amor

Leio versos de amor
como se fossem para mim.
Dedicados a uma paixão,
tão imensa e tão longe de mim.
Por um curto tempo
fujo da minha verdade
e faço minha
aquela tão boa saudade.
Leio versos de amor,
mas só me encontro
nos de amizade.

Jenny Faulstich
(21/07/2009)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sentir e chorar

Sentir e chorar,
no final do dia
me encarcerar nas palavras escritas,
nelas desabar,
despejar sem cessar,
dores, tristezas, horrores.
E quantos horrores
a me assombrar
sempre que me lembram
e que me comprovam
que não vale a pena
ser o que sou
e isso nada vai mudar.

Sentir e chorar,
iniciar mais um dia
sabendo como vão me olhar,
sabendo que nada vai mudar
esse bicho do mato
que insiste estar.
Sentir e chorar,
nada a mais,
nada a menos,
só, em meus braços
um abraço só meu,
e isso nada vai mudar.

Jenny Faulstich
(17/07/2009)

Não repare

Não repares se sumirei por uns tempos.
Não repares se deixarei de ser acontecimento.
Não repares minha intuição,
porque conheço meus sentimentos.
Te deixarei só com teus pensamentos,
para estar em qualquer lugar,
como costume já há,
e caso algum momento venha a notar,
posso não estar
onde e como queiras estar.

Jenny Faulstich
(17/03/2008)

Nunca serei

Não tenho como competir
com nada nem ninguém.
Não importa como eu seja,
não importa o que eu sinta,
nunca serei alguém
capaz de ser para alguém.

Jenny Faulstich
(22/09/2008)