terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Ridícula

Madrugo o dia
e espero por chegar
os segredos da vida.
Devagar como o orvalho
extraído de você.
Eu durmo acordada
e já não sei mais o que digo.
De um carinho necessito
e não sei quando virá.
Quando do sonho eu acordar,
que eu não tema voar
e não aceite brigar, por nada,
nem pelas palavras que se embaralham.
Nem sempre é ruim ser ridícula,
me deixe dormir em paz,
mas serei eu bem vinda?
Me deixe dormir!

Jenny Faulstich
(29/01/2013)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Lagarta fraca

O dia inteiro me fita
enquanto me retiro num casulo.
E eu não compreendo
em que você quer que eu me transforme.
Minha fragilidade posta à prova,
renova uma tristeza mesmo que não esteja.
Cuidado com o que você deseja.

Jenny Faulstich
(28/01/2013)

Minha adorável tristeza

Penso numa palavra
e a esqueço num segundo!
É um sono que passa
e um frio obscuro.
O dia vem,
a tristeza também
e não sou eu quem a detém
e fica faltando uma parte,
uma parte da cama,
do outro lado também.

Jenny Faulstich
(17/01/2013)

Me deixa chorar

Me deixa chorar,
às vezes é só disso que preciso,
sem perguntar por quê,
até porque às vezes nem é nada,
é só uma necessidade,
só preciso chorar,
expor uma tristeza só minha,
essa vontade de me perdoar,
e essa incapacidade para conseguir.

Jenny Faulstich
(28/01/2013)

Retribuição

Pudera eu lhe dar um presente hoje.
Mil coisas poderiam ser,
mas vou lhe dar algo que você já me dá,
de uma forma ou de outra,
inspiração e poesia.

Jenny Faulstich
(09/01/2013)

Confio

Meu amor,
tu não me és estranho,
em ti eu confio
e isso me basta.
Tanta gente contra
me deixa pasma,
mas além de ti
confio nos benefícios do tempo
e em nosso sentimento.

Jenny Faulstich
(06/01/2013)

Regressão

No primeiro dia
o Rio Preto me hipnotiza,
me tira por instante a dor.
Eu olho para a água
e desejo ser levada por ela.
Torno-me parte de uma pedra
e nela tanta tristeza,
tanto arrependimento,
tanta vergonha da qual tento desprezar.
Mas ela leva,
um pouco de mim, leva.
Reflito numa regressão,
revejo um conflito,
desfaço uma ilusão
e não sei mais porquê existo.
Uma folha negra encontra a minha mão e dança,
o esmalte dourado velho reaproveitado
é o que me resta.
Desapego da pedra após horas
e percebo o dia lindo que me cerca
e a folha colada em minha pele, disseca.
A água fria só não leva o meu fracasso
e o fardo com que terei que conviver,
uma atitude, uma reação,
uma ferida no corpo e no coração,
mas não importa mais se estou triste
a noite também está linda,
e com toda sua escuridão
se vê mais estrelas...

Jenny Faulstich
(01/01/2013)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Caixinha do altar

Por que os amigos se vão?
Sem permissão levam parte da gente.
Vão sem avisar quando seria o último show.
Deixam saudade e lembranças,
porém, ficam em falta com as novas histórias
em que ousaram não estar.

Jenny Faulstich
(03/01/2013)
* Ao amigo Lico Brasil, falecido em 02/01/2013. Saudades infinitas.