segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Regressão

No primeiro dia
o Rio Preto me hipnotiza,
me tira por instante a dor.
Eu olho para a água
e desejo ser levada por ela.
Torno-me parte de uma pedra
e nela tanta tristeza,
tanto arrependimento,
tanta vergonha da qual tento desprezar.
Mas ela leva,
um pouco de mim, leva.
Reflito numa regressão,
revejo um conflito,
desfaço uma ilusão
e não sei mais porquê existo.
Uma folha negra encontra a minha mão e dança,
o esmalte dourado velho reaproveitado
é o que me resta.
Desapego da pedra após horas
e percebo o dia lindo que me cerca
e a folha colada em minha pele, disseca.
A água fria só não leva o meu fracasso
e o fardo com que terei que conviver,
uma atitude, uma reação,
uma ferida no corpo e no coração,
mas não importa mais se estou triste
a noite também está linda,
e com toda sua escuridão
se vê mais estrelas...

Jenny Faulstich
(01/01/2013)

Nenhum comentário:

Postar um comentário