segunda-feira, 29 de março de 2010

Suor alaranjado

Suor alaranjado entre meus dedos
recordo do alto ao baixo desta última noite
de poucos abraços e muitos pudores.
Resumo a lábios inchados de um choro soluçado
sem dor, sem amor, puro instinto
de livrar a alma da sensação da morte do corpo.
Frustração amanhecer de ressaca e ver que nada mudou,
viva, e o que seria interpretado como raiva
era apenas uma imensa e irremediável tristeza.
Irônica, laranja, uma suposta tinta vermelha no cabelo,
revolta, laranja, um arranhão deixado em alguma costela,
cansada, laranja, desistente, sem dor na consciência.

Jenny Faulstich
(29/03/2010)

Implosão

Focaram destruir minha ternura
com inveja pura, injúria,
ressuscitaram uma tristeza esquecida
pobres almas doentes sem coração
desisto de ser para ter paz,
implosão detonada por animais.

Jenny Faulstich
(29/03/2010)

sábado, 13 de março de 2010

Obtuário

Diz a lenda
que eu morri de tristeza
sem seda, sem renda,
um coração na pobreza.

Jenny Faulstich
(13/01/2010)

domingo, 7 de março de 2010

Dor da existência

Poesia para tentar
Amenizar a dor
Que não tem cura
A dor de existir
De pensar, de sentir
Por hora, nem sei mais.

Jenny Faulstich
(07/03/2010)

sábado, 6 de março de 2010

Naufrágio

Tragédia a vista
Tempestade indireta que me afeta
Psico doença que contamina
De repente me vejo vítima
De outros ventos que não os meus
Ninguém acredita
Imploro a saída
Antes do sufoco da entrega
E como ninguém ouve meu socorro
Desdém ao meu auxílio
Digo que nado, nado e morro
A beira de um copo d'água
Arrastada por um nó alheio no pescoço.

Jenny Faulstich
(06/03/2010)