domingo, 24 de maio de 2020

Quarentena eterna

Nunca mais tudo o que já vivemos será parecido.

As lembranças que temos, nunca mais serão parecidas. 

Os amigos não serão os mesmos, já não são.

Os costumes também não.

A decepção com atitudes alheias, imensurável.
O egoísmo gritante e horripilante, desnortea.
A vontade de fugir só aumenta.
Atualmente fugir se equipara a ficar em casa.
Fugir nunca foi tão digno!

Ficar isolado consigo mesmo.
Fugir do mundo e mergulhar no seu próprio.
Aceitar que toda a sociedade está doente.
Cansar-se demasiadamente de se preocupar
Com quem pouco está se lixando para os outros.

A quarentena está para o resto de muitas vidas.
Algumas que até já se foram...
O luto seletivo é um dejavu.
De tantas tragédias da humanidade,
A mais humilhante é não se importar.


Jenny Faulstich (Resende, 24/05/2020)