quarta-feira, 25 de março de 2009

Desperdício

Não suporto mais!
Não adianta insistir,
no que é irreal,
no que não há!
No que é tão sólido
quanto o ar que eu respiro,
tão virtual e concreto
quanto esses versos.
Tão triste, tão só,
tão intimamente meu,
tão meu, tão 'eu'...
E ninguém vê,
mas todos sentem,
imaginam e mentem.

Jenny Faulstich
(24/03/2009)

Inexistindo...

Queda, isenção, culpa, condenação.
Momentos inexatos, auto incompreensão.
Erros, desejos, desabafos, acontecimentos.
Um segundo é tempo do desabamento.
Um anjo enviado no momento do despejo.
Estava eu inexistindo do mundo,
caindo por terra para um fim insuperável,
por instante, insuperável...
De uma expressão invisível e deformada
para uma luz neutralizando um padrão rebaixado.
Sensível vibração.
Ação e reação.
Inexisto num descuido,
interiorizo além juízo.
Tarda a defensoria,
sobra a dúvida diluída,
tão natural que me assusta.
Novas palavras, sentimentos velhos aflorados,
que me valha agora até que toda a poeira
seja do corpo e alma, retirada.

Jenny Faulstich
(25/03/2009)

Eu fujo...

Eu fujo, brigo, bato e me rebato
e por mais que eu me iluda de que escapo,
o espelho aponta e condena meu retrato,
não omite meus pensamentos e meus atos,
deparo-me com meus propósitos a passos largos,
mero luxo insônico, sonhos, enganos e espasmos,
tudo junto, ao mesmo tempo num curto espaço,
tudo e nada quando preciso apenas de um abraço.

Jenny Faulstich
(24/03/2009)