terça-feira, 2 de setembro de 2014

Dúvida eterna

Fico todo o tempo tentando definir o motivo da minha agonia.
Por vezes tudo parece tão claro, tão objetivo,
mas tudo que aparenta, sem avisar, definha e despenca.

Jenny Faulstich
(12/07/2014)

Aquele momento

Aquele momento em que o corpo
pede um sono, pede um sonho
e a mente desperta impede qualquer reação
que enalteça uma paz mesmo que simbólica ou temporária
e aprisiona o ser por completo numa redoma
de pensamentos gladiadores e cruéis.
Nesse momento em que todos os fantasmas presentes
interrompem qualquer tentativa de oração
ou reflexão ou perdão ou redenção
e estas incompletas imperfeitas incompreendidas
se perdem num caminho árduo e áspero
tão quanto as palavras já pronunciadas, doloridas,
talvez arrependidas, não se sabe.
Nesse momento então, recorro às canções de ninar.

Jenny Faulstich
(17/06/2014)

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Difícil dormir

Difícil dormir
quando uma maldição assombra
o coração, a vida, a alma,
assombra todas as lembranças,
desejos e esperanças.

Jenny Faulstich
(02/01/2014)

Caminho das sombras

O homem mal,
obcecado em trilhar o caminho onde não há luz
transforma todo coração que toca
num abismo sem volta
em que a esperança não mais se renova.

Jenny Faulstich
(04/05/2014)

Destruidor de sonhos

Chegou até mim um aviso,
de que valor e amor seriam me dados.
Acreditei, esperei e aceitei a boa nova,
sem saber o alto preço cobrado
em tristezas, discórdias,
mentiras ilusórias,
terríveis e contraditórias.
Um maldito, falso, um viciado
em causar mágoas,
destruir sonhos,
afundar fortalezas,
fazer desmoronar qualquer certeza.

Jenny Faulstich
(04/05/2014)

Mentira tirana

A agonia me consome
e me castiga tanto
que eu não conseguiria
agir igual ou parecido.
A mentira reina no meu lar, tirana,
não dá chance para perdoar.
Deixa esse sabor tão amargoso
remoendo junto com sangue na boca,
na alma e num gozo que nunca foi meu.
Desgraçado amoroso,
que só ama por remorso
por tudo que aconteceu.

Jenny Faulstich
(29/04/2014)

Quando tudo vai bem

Gosto quando chove.
Não gosto quando choro,
e tudo se confunde com a tempestade.
Quando tudo vai bem
e uma distração aparece,
afundo, afogo, me apavoro.

Jenny Faulstich
(21/03/2014)

quinta-feira, 20 de março de 2014

Cebolas

A paz que vai
e só ficam cebolas na geladeira.
Corto o coração
e só sinto o cheiro da cerveja.
O que necessita de atenção
fica para outra encarnação.

Jenny Faulstich
(20/03/2014)

Haja paci

Há esperança,
haja paciência,
havia esperança.

Jenny Faulstich
(20/03/2014)

Não acredito mais em você

Não acredito mais em você!
Nem mesmo em mim...
Não existo mais em mim!
Como um taça quebrada
ou uma luz apagada
que o tempo faz esquecimento.
Folha de papel amassada,
não sou mais capaz... de nada!

Jenny Faulstich
(20/03/2014)

domingo, 16 de março de 2014

"Varanus"

O dragão da ignorância cospe fogo
e destrói qualquer paz que ousa se manifestar.
O grito repele as tentativas de superação,
são as atitudes que afastam e anulam as virtudes.
Eis que surge um coração amargurado,
triste, trouxa, violado,
infeliz, revoltado, enganado,
ciente que não resistirá a mais vírgula alguma sequer
de uma língua grande e de alma demente.

Jenny Faulstich
(16/03/2014)