sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Me vira do avesso

Tão insaciável que desidrato
A sensação é de mini infarto
Quero parar, quero continuar
Mal posso me controlar
Insistente, resistente
Firme e delicadamente 
Me vira do avesso
Me arrepio inteira, me contorço
Sem cobrança, sem esforço 
Sem julgamento, só desejo
Mais uma vez tem meu gozo
Mais uma vez, que gostoso.

Jenny Faulstich 
(Resende, 06/10/2023)

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Não é ódio

É nojo, não é ódio!
Choro chorume inveja
Entre o altar e o pódio
A alma no chão
Do lixo não levado
Desinteresse semeado
Modelo silenciado 
Não discuto 
Empurro a mala
Fora do eixo
Vida a dentro
Arrependimento em cárcere privado
Ordinário mal desnecessário.

Jenny Faulstich 
(Resende, 10/09/2023)

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Manteiga de cacau e açúcar

Receita da cura 
Ressaca moral 
Falta de memória 
Recuperar o vácuo 
Que deixei na história 
De beijos e muitos abraços 
Sem noção de espaço 
Dor ou julgamentos 
Feliz contentamento
Na noite adentro.

Jenny Faulstich 
(Resende, 18/07/2023)

Under stars

Valores são relativos
Oportunidades podem não voltar
Aproveito todo instante mesmo
Sem muito pensar 
Melhor superar ressacas
Ao arrependimento de nem tentar
Coisas de quem já está em ruínas 
Meu teto é o céu, meu amor
pra quem também quiser olhar.

Jenny Faulstich 
(Resende, 26/08/2023)

Toalha, feira, cerejeira

Nos identificamos pelos nossos ideais estampados!
Na minha mente tão errante,
eu lhe beijo desde aquele lindo dia,
despretensioso dia, da toalha.
Creio você sequer imaginar tão delirante,
sua bolsa retornável de feira repleta
enquanto na minha térmica só bebida estranha.

 Um amigo desconfiado de um lado,
contra dois incentivadores do outro.
De humanas, a clara conta
fez-me procurar não lhe perder, e sim,
tínhamos mais um tanto em comum a conhecer.
Bem como uma certa amizade solicitada,
outrora ignorada, foi imediatamente consertada.
A partir desse momento, no mínimo instigante,
um breve toque no meu cabelo rosa,
deixou algo além, que ainda nos envolve.

 Mesmo sem a chance de lhe ver de novo
e sem que você conseguisse dizer
o tanto que quer, e nem precisa,
foi tomada emprestada as cerejeiras da poesia.
Só sei então que sempre dormiremos distantes
e na linguagem do afeto seguimos pensando
no que vamos lendo, ouvindo, cozinhando...

Jenny Faulstich
(Resende, 12/07/2023)