terça-feira, 9 de abril de 2013

Passagem para voltar

As pessoas, os carros, os ônibus passam,
inclusive o meu e eu continuo ali, esperando...
um reconhecimento, uma compreensão,
uma passagem para voltar para a minha casa,
mas lá, ninguém me espera,
lá preferem que eu não esteja,
logo lá, o meu cantinho de chorar,
o meu cantinho de ficar quietinha
sem precisar ver ninguém,
e agora não posso ir para lá.
Para onde vou então?
Perambular pelas ruas
sem falar com ninguém.
Queria por momento a invisibilidade
e a bateria eterna do celular
para ouvir todas as músicas tocar mil vezes
até enjoar, ou até as pessoas pararem
de olhar na minha cara e sentir dó,
ou quando eu puder voltar para a casa
sem ser a mãe, a empregada, a chata
para quem eu gostaria de ser apenas a mulher.

Jenny Faulstich
(04/04/2013)

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